3 de fev. de 2011

O mundo, cada vez mais dominado por ciência e tecnologia, já não mais sabe em que crer. Se de um lado, as pessoas querem comprovação científica para todas as questões, por outro os religiosos pedem sinais. Enfim, uma realidade muito semelhante à vivenciada pelo apóstolo Paulo na cidade de Corinto. “Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Co 1.22,23). A sabedoria dos gregos tem inspirado pensadores dos tempos modernos. Baruch Spinoza (1637-1677) colocou a Escritura Sagrada numa situação marginal ao preferir a argumentação sólida da ciência. Para esse pensador “a ciência comprova a Escritura”. Jean-Paul Sartre (1905-1980), não discute o problema da existência ou não de Deus. Para ele, exista ou não Deus, nós estamos abandonados. É a sabedoria do mundo que mistura Criador e criatura a ponto de não haver qualquer preocupação de Deus com o indivíduo. Há também o desejo dos religiosos por sinais. Uma religião comprovada pelo milagre ou marcada pela emoção não necessita de credo. Por isso Cristo crucificado é escândalo para os religiosos e loucura para os intelectuais. Mas para nós que somos salvos Cristo crucificado é poder e sabedoria de Deus. Ele é anunciado para ser recebido por fé. O mistério de Cristo está fora da comprovação científica, assim como a criação do Universo e a ressurreição dos mortos. Escândalo, loucura, Poder! Aí está a sabedoria de Deus em nos salvar! Sabemos em quem crer: no Cristo crucificado. Edgar Lemke é pastor luterano em Porto Alegre-RS

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