28 de dez. de 2010

O Choro no Natal

O choro de uma criança nem sempre é bem vindo; afinal representa desconforto do bebê e a necessidade de alguma ação por parte dos pais. Porém, em um momento especial o choro é esperado e até festejado. Refiro-me a hora do nascimento. Sou pai de dois belos filhos – um menino de 6 anos (Leonardo) e uma menina de 3 anos (Isabela). Eles têm em comum, além dos pais, o fato de que ambos nasceram prematuros e ambos em parto normal. Foi uma aflição muito grande ver o pequeno Leonardo nos braços do médico sem esboçar muita reação. Após uma e outra intervenção da pediatra ele deu um pequeno choro – que apesar de minúsculo, trouxe grande alívio! As horas posteriores ao nascimento continuaram tensas, mas o alívio e a alegria daquele pequeno choro nos fortaleciam, pois era o som de quem lutava pela vida. Quanta alegria traz o choro de uma criança recém-nascida! Fico imaginando o que representa esse som para as mamães. Depois do esforço e da dor do parto aquele buáááá estridente deve ser música de alta qualidade! Em mais um Natal penso no choro do menino Jesus e creio ter sido o tom para iniciar o cantarolar de milhares de anjos. Todo o Universo ouviu aquele choro! A noite se iluminou! Os animais se movimentaram mais alegres e a Estrela Guia surgiu do nada para iluminar os caminhos. Afinal, não era apenas mais um choro, era o som que vinha da boca de Deus, o Deus que de tão grandioso se fez pequeno e nasceu como um de nós! Céus e terra passarão, mas aquele “choro”, a Palavra de Deus, permanecerá para sempre! (1 Pe 1.24) Há outros choros nos natais dos dias de hoje! Choro do menino pobre sem presentes. Choro do menino rico que não se contenta com nada. Choro do solitário! Choro do enlutado! O Natal desperta as mais fortes emoções, sejam de alegria ou de tristeza. Quando a emoção nasce do verdadeiro Natal as lágrimas, ainda que acompanhadas de malancolia, limparão os olhos para uma visão mais clara e precisa. O Menino que chorou na bem-aventurada Noite na cidade de Belém cresceu e voltou a chorar diante da morte, diante da injustiça das pessoas. Ele ofereceu toda a sua lágrima e todo o seu sangue para fazer nascer o sorriso do perdão. Hoje ainda há um choro que é muito bem vindo. Não necessariamente de uma criança. Trata-se do choro do arrependimento e da fé. Em sua misericórdia, Deus providencia a cada um a chance de recomeçar através do perdão e sempre nos convida a uma vida de arrependimento e de paz. Em Jesus temos o perdão, e no seu perdão acontece um Novo Natal, pois é nele que Jesus “renasce” em nossos corações, não em choro, mas em gargalhadas de alegria, pois há festa no Céu diante de cada pecador que se arrepende (Lc 15.7) – é ali que está o verdadeiro Natal. Ismar Lambrecht Pinz, pastor da IELB em Pelotas - RS

23 de dez. de 2010

Juventude !!!

No ultimo domingo reuniram-se os Jovens para uma confraternização de final de ano, eles fizeram um xixo, com jogos, e afins, o Pastor Alisson também fez o uso de uma palavra de Deus para encerramento do ano com a Juventude. Segue em anexo as fotos do encerramento das atividades do ano:

Culto Cantate

No dia 11/12 houve uma apresentação do Coral na Comunidade Santíssima Trindade com musicas natalinas, foi um culto cantate. Buscou-se transmitir o amor de Deus através da musica, muitos se emocionaram. O Coral Santíssima Trindade quis compartilhar com a comunidade um pouco do seu trabalho e estimular novos coralistas. Coral formado por : Baixos: Paulo, Zagonel, Ernesto, Güinter Tenores: Arno, Lucas e Pastor Alisson Contra alto: Nelsi, Ruth, Josefina Sopranos: Rúbia, Vanessa, Renate, Ineiva e Bernadete Maestrina: Gisele Segue algumas fotos da apresentação:

Natal congestionado

Natal é gente saindo, é gente chegando. É tempo de pegar a estrada e seguir pelo caminho às origens. É o maior ciclo migratório no mundo humano. Algo parecido com a viagem de José e Maria à cidade de Belém, quando também somos obrigados a um recenseamento onde tudo começa. Qual a explicação disto? Por que nesta época o ponteiro da bússola insiste para o norte – este lugar magnetizado, conhecido e desconhecido ao mesmo tempo? De onde surge este sentimento que obriga no retorno para casa? A situação caótica das pessoas presas nos aeroportos da Europa, coberta de neve, expressa bem a angústia humana em querer voltar. O Natal congestionado nas estradas, nas ruas, indica esta obsessão de chegar ao destino de cada um. De onde este desejo em retornar ao seio familiar, à casa dos pais? Ou, no caminho inverso, em ir até onde estão os filhos, os netos? Inexplicavelmente, Natal é uma inconsciente viagem para o sentido da vida. Mas, onde está a vida? Creio que tenho a resposta para este desejo incontido no Natal. No ciclo migratório no mundo animal, a explicação está no instinto de sobrevivência que indica quando e para onde seguir. No nosso caso, a explicação está nas palavras do anjo aos pastores: “Hoje, em Belém, numa manjedoura, nasceu o Salvador de vocês”. Precisamos voltar para aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14.6). E precisamos voltar “hoje”, porque “hoje é o dia de ser salvo” (2 Coríntios 6.2). Sabemos disto. Está lá, no íntimo de cada um... Mas, porque somos estrangeiros e peregrinos por este mundo (1 Pedro 2.11), nunca chegaremos ao destino enquanto a estrada estiver obstruída. Mesmo com os modernos meios de transporte, a humanidade não consegue sair do lugar. Por isto a necessidade de uma complexa engenharia: “Preparem o caminho para o Senhor passar! Abram estradas retas para ele” (Mateus 3.3). Como? João Batista deu as coordenadas: “Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto” (Mateus 2.3). Natal é gente saindo, é gente chegando. Mas, é gente que não sabe para onde vai. Os viajantes do Oriente sabiam. Seguiram a estrela. Acreditaram na Profecia – na Palavra que é lâmpada para os pés e luz para o caminho (Salmo 119.105). Na verdade, no Natal nem é preciso sair porque é o Salvador que vem. Marcos Schmidt, pastor luterano em Novo Hamburgo, RS

9 de dez. de 2010

Sirene para o Natal

A triste história da adolescente que recebeu vaselina na veia no lugar de soro revela de forma trágica que um simples erro humano pode ser fatal. Um hospital de São Paulo, que tinha a tarefa de socorrer a paciente, seguiu pelo caminho inverso. As embalagens eram idênticas, mas os conteúdos bem diferentes. Já disse o Sábio que “há caminhos que parecem certos, mas podem acabar levando para a morte” (Provérbios 14.12). Segundo estatística, a probabilidade de morte decorrente de remédios mal administrados em pacientes hospitalizados é três vezes maior do que as mortes por acidente automobilístico. Falhas humanas desta natureza estão cada vez mais evidentes quando depende-se da tecnologia para quase tudo nesta vida cibernética. A palavra “cibernética” vem do grego e significa “timoneiro”, aquele que pilota a embarcação. Hoje é um termo usual para expressar a complicada relação homem-máquina. Além da nociva dependência tecnológica, também nos transformamos em robôs ao fazer as coisas automaticamente – sem nos dar conta dos atos e das consequências. Deve ter sido assim com a enfermeira, também vítima da rotina estressante de um despreparado hospital. Ela não percebeu que injetava na veia da menina a própria morte. É Advento, tempo para fugir da automação espiritual e refletir mais atentamente sobre o que é soro e o que é vaselina nesta sociedade que virou um grande e confuso hospital. Por isto a voz de João Batista, sempre destacada no púlpito das igrejas: “Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto” (Mateus 3.2). Arrepender-se literalmente no grego é “mudar de mente”. Naquele tempo bíblico como hoje, as pessoas corriam sem saber para onde iam, e injetavam nas veias da alma uma religiosidade viscosa e mortal. Por isto a ordem: “Preparem o caminho para o Senhor passar” (3.3). Igual a ambulância que pede passagem, esta é estridente sirene para o Natal do Deus que se tornou gente a fim de salvar as gentes desenganadas. Graças a Deus que ainda é tempo para dar passagem... Marcos Schmidt, é pastor da IELB em Novo Hamburgo-RS

2 de dez. de 2010

Polícia pacificadora e o Natal

O comandante-geral da PM do Rio garantiu que a população da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão terá um Natal de paz. É uma promessa das armas para o advento do sossego. Lamentavelmente, não existe outro jeito nesta sociedade de Caim. A tranquilidade social sempre dependerá da polícia. Não existe lugarzinho neste mundo cheio de gente, nos morros ou vales, nas favelas ou bairros de luxo, que não dependa das armas para manter a ordem. O polonês Leonard Kaczmarkiewicz, conhecido como “Alemão, até buscou uma vida sem guerras no Brasil, fugindo dos nazistas na Europa. Comprou terras cariocas, que depois vendeu em lotes para gente que também queria uma vida melhor na cidade maravilhosa. No entanto, a paz neste morro – que leva o apelido do imigrante – agora depende da “polícia pacificadora”. É assim em nosso Estado, cidade, rua. Sem os soldados do bem, os agentes do mal tomam conta. No entanto, a polícia apenas pode garantir um Natal de paz até onde vai o poder de seu exército. Existe outro Natal e outra paz, que segundo Jesus, o mundo não pode dar (João 14.27). Porque existe outra guerra (Efésios 6.12). Por isto o ponto de interrogação: “Olho para os morros e pergunto: De onde virá o meu socorro?”. O salmista já tinha a resposta: “O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra” (Salmo 121.1). Tal certeza existia porque “se o Senhor não proteger a cidade, não adianta nada os guardas ficarem vigiando” (Salmo 127.1). Uma proteção que foi planejada em mínimos detalhes – conforme registrados no Velho Testamento. Cinco séculos antes de sua execução, a profecia prometeu: “As botas barulhentas dos soldados e todas as suas roupas sujas de sangue serão completamente destruídas pelo fogo. Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será nosso rei. Ele será chamado de Conselheiro Maravilhoso, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz” (Isaías 9.5,6). Não tenho dúvidas disto, de que a vitória do bem sobre o mal nos morros do Rio de Janeiro neste primeiro Domingo de Advento, simboliza a chegada da definitiva e permanente paz do Deus que um dia nasceu numa favela. Texto de: Marcos Schmidt, é pastor da IELB em Novo Hamburgo RS